e o juve é a alegria do meu coração....
Eu realmente queria ter a capacidade de relatar as coisas sem os meus juízos e minha experiência pessoal imbricados. Mas sou muito competitivo pra isso, simplesmente não consigo. Então, esse é, PARA MIM, única e exclusivamente, o saldo da série A2 do Paulista para o time e a torcida do Juventus.
Nós começamos mal. Com uma derrota para o Comercial fora de casa por dois a zero. Zero! Nosso time fez 5 gols fora de casa (um contra o Comercial, 2 contra o Atlético de Sorocaba, e mais 2 contra o Monte Azul) e conseguiu um ponto. Um ponto inteiro! Foi diante do União São João de Araras, que ostenta na minha coleção de camisas de clubes o posto de a mais feia. Um aproveitamento algo modesto, de 3,7% dos 27 pontos disputados fora de casa. Já em casa... bom, em casa, sinceramente, os pontos foram da torcida, que se esgoelava mais e mais a cada jogo.
Enquanto nosso time despencava pelas tabelas, algumas coisas aconteceram: nosso técnico foi demitido – injusta, justamente, não sei dizer. Digo que o pior jogador que já vi em campo naquele estádio se chama Erick, que dizem ter sido indicado pelo técnico, vencendo uma competição que mais parece um show de horrores. Se nosso time era ruim na Copa Paulista, ele conseguiu a proeza de se tornar ainda pior.
Mas mudar o técnico não adianta nada, dizem; contratar um pedreiro pra trabalhar com tijolos quebrados, ou qualquer analogia que o valha, não faz diferença alguma, melhor seria contratar um cone, ou um bom mágico ilusionista, pra entreter a torcida ou pelo menos fazer parecer aquele espetáculo menos espalhafatoso. Assistir a um jogo do Juventus, nesse campeonato, é como assistir a bêbados dançando balé, num bar. Seria divertido, se não fosse trágico. É um pinball humano: a bola vai, vem, bate, pum, pum, pum, uma loucura.
E continuamos a despencar pela tabela. Como é triste! Um amigo, ao ver a tristeza dos outros, e dos inúmeros velhinhos, diz que foi essa a hora em que se tornou juventino. Ele não podia mais ver todos eles sofrendo de um jeito que nunca haviam sofrido – a queda iminente para a série A3 do Campeonato Paulista.
Mas, quem quer que seja – todos os presentes no jogo se tornam amigos, imediatamente. Todos sofrem juntos por um mesmo motivo, e estão todos ali, tão próximos. Algumas coisas, por acontecer muito embaixo do nosso nariz, deixaram escapar e, eu confesso, deixei escapar muitos gestos belos nesse campeonato. Um deles, que me chamaram a atenção, de dois senhores que conversaram ao longo de um jogo, e, já no próximo, um deles havia guardado lugar para o outro. Na Javari, a gente se sente acolhida. E é por isso que eu recomendo a todos os meus amigos, os levo, e eles continuam voltando.
Até que um dia... um dia eu e meus amigos sofremos uma violência muito grande por parte da diretoria. Afinal, a culpa é de quem? A culpa pode não ser toda da diretoria, mas de algum modo toda a culpa PASSA pela diretoria, em todos os níveis. E a resposta foi violenta, tanto que alguns rostos pra lá de conhecidos desapareceram. Rostos que a gente chama, depois do jogo, para dividir uma cerveja, pra quem trazemos um canole, que nos oferecem o mesmo doce no intervalo dos jogos. Ah, e esse é o tipo de coisa que me enfurece. Se quem acha que os meus xingamentos ao juiz vêm da minha parte furiosa, ainda não viram nada. Mas antes que eu pudesse responder, eclipse.
Antes que um amigo pudesse responder por mim, trevas. Não somos da torcida (organizada) do Juventus, não seguimos corrente de pensamento, não temos interesses políticos (mesmo que nos acusem despropositadamente de uma asneira dessas). Somos torcedores do Clube Atlético Juventus, acreditem os outros ou não.
Antes que alguém pudesse fazer ou reclamar qualquer coisa, o mundo veio abaixo: na forma de vinte monstros de academia que calaram qualquer forma de protesto. E não foi só esse atestado de incompetência que a diretoria assinou: como diversos times à beira do rebaixamento por mal (ou nenhum!!) planejamento, contratamos muitos jogadores, tínhamos de repente muitas caras novas, e outras não tão novas assim, como o Fábio Augusto. Como se ainda houvesse tempo!
Ah, desastre! Meus amigos, todos lá, sofrendo. Isso não se faz! As camisas grená escondendo o sangue de centenas de corações partidos. Pior! São todos rostos e por que não, corações conhecidos. Dos senhores que sentam perto e lembram que a última vez que o Juventus fez 10 gols foi em 1936; da família que vemos todos os finais de semana assistindo aos jogos, e da torcida, que não para nunca de cantar.
Ser juventino é antes de tudo ser cúmplice. Ninguém, fora daquele estádio retangular, entende os que estão do lado de dentro. E essa foi certamente a pior parte de ter caído de divisão naquele domingo fatídico, diante do Monte Azul, na cidade de mesmo nome. Fiquei imaginando os meus amigos, cada um em seu lugar, com lágrimas nos olhos diante da terrível notícia; e esta não é a pior parte.
A pior parte é saber que aquelas pessoas todas não tinham alguém ao lado que entendesse o que aquela tristeza significava. Não sou estúpido a ponto de achar que o sentimento da torcida juventina é uma coisa muito maior do que o das outras torcidas e que por isso somos melhores (como pensam muitos corinthianos). Mas, sinceramente? Quem torce por um time fora do mainstream só conta com a cumplicidade dos seus iguais, e eles estavam todos separados, fazendo da nossa tristeza algo muito mais dramático, e que nenhum de nós merecia.
Nós começamos mal. Com uma derrota para o Comercial fora de casa por dois a zero. Zero! Nosso time fez 5 gols fora de casa (um contra o Comercial, 2 contra o Atlético de Sorocaba, e mais 2 contra o Monte Azul) e conseguiu um ponto. Um ponto inteiro! Foi diante do União São João de Araras, que ostenta na minha coleção de camisas de clubes o posto de a mais feia. Um aproveitamento algo modesto, de 3,7% dos 27 pontos disputados fora de casa. Já em casa... bom, em casa, sinceramente, os pontos foram da torcida, que se esgoelava mais e mais a cada jogo.
Enquanto nosso time despencava pelas tabelas, algumas coisas aconteceram: nosso técnico foi demitido – injusta, justamente, não sei dizer. Digo que o pior jogador que já vi em campo naquele estádio se chama Erick, que dizem ter sido indicado pelo técnico, vencendo uma competição que mais parece um show de horrores. Se nosso time era ruim na Copa Paulista, ele conseguiu a proeza de se tornar ainda pior.
Mas mudar o técnico não adianta nada, dizem; contratar um pedreiro pra trabalhar com tijolos quebrados, ou qualquer analogia que o valha, não faz diferença alguma, melhor seria contratar um cone, ou um bom mágico ilusionista, pra entreter a torcida ou pelo menos fazer parecer aquele espetáculo menos espalhafatoso. Assistir a um jogo do Juventus, nesse campeonato, é como assistir a bêbados dançando balé, num bar. Seria divertido, se não fosse trágico. É um pinball humano: a bola vai, vem, bate, pum, pum, pum, uma loucura.
E continuamos a despencar pela tabela. Como é triste! Um amigo, ao ver a tristeza dos outros, e dos inúmeros velhinhos, diz que foi essa a hora em que se tornou juventino. Ele não podia mais ver todos eles sofrendo de um jeito que nunca haviam sofrido – a queda iminente para a série A3 do Campeonato Paulista.
Mas, quem quer que seja – todos os presentes no jogo se tornam amigos, imediatamente. Todos sofrem juntos por um mesmo motivo, e estão todos ali, tão próximos. Algumas coisas, por acontecer muito embaixo do nosso nariz, deixaram escapar e, eu confesso, deixei escapar muitos gestos belos nesse campeonato. Um deles, que me chamaram a atenção, de dois senhores que conversaram ao longo de um jogo, e, já no próximo, um deles havia guardado lugar para o outro. Na Javari, a gente se sente acolhida. E é por isso que eu recomendo a todos os meus amigos, os levo, e eles continuam voltando.
Até que um dia... um dia eu e meus amigos sofremos uma violência muito grande por parte da diretoria. Afinal, a culpa é de quem? A culpa pode não ser toda da diretoria, mas de algum modo toda a culpa PASSA pela diretoria, em todos os níveis. E a resposta foi violenta, tanto que alguns rostos pra lá de conhecidos desapareceram. Rostos que a gente chama, depois do jogo, para dividir uma cerveja, pra quem trazemos um canole, que nos oferecem o mesmo doce no intervalo dos jogos. Ah, e esse é o tipo de coisa que me enfurece. Se quem acha que os meus xingamentos ao juiz vêm da minha parte furiosa, ainda não viram nada. Mas antes que eu pudesse responder, eclipse.
Antes que um amigo pudesse responder por mim, trevas. Não somos da torcida (organizada) do Juventus, não seguimos corrente de pensamento, não temos interesses políticos (mesmo que nos acusem despropositadamente de uma asneira dessas). Somos torcedores do Clube Atlético Juventus, acreditem os outros ou não.
Antes que alguém pudesse fazer ou reclamar qualquer coisa, o mundo veio abaixo: na forma de vinte monstros de academia que calaram qualquer forma de protesto. E não foi só esse atestado de incompetência que a diretoria assinou: como diversos times à beira do rebaixamento por mal (ou nenhum!!) planejamento, contratamos muitos jogadores, tínhamos de repente muitas caras novas, e outras não tão novas assim, como o Fábio Augusto. Como se ainda houvesse tempo!
Ah, desastre! Meus amigos, todos lá, sofrendo. Isso não se faz! As camisas grená escondendo o sangue de centenas de corações partidos. Pior! São todos rostos e por que não, corações conhecidos. Dos senhores que sentam perto e lembram que a última vez que o Juventus fez 10 gols foi em 1936; da família que vemos todos os finais de semana assistindo aos jogos, e da torcida, que não para nunca de cantar.
Ser juventino é antes de tudo ser cúmplice. Ninguém, fora daquele estádio retangular, entende os que estão do lado de dentro. E essa foi certamente a pior parte de ter caído de divisão naquele domingo fatídico, diante do Monte Azul, na cidade de mesmo nome. Fiquei imaginando os meus amigos, cada um em seu lugar, com lágrimas nos olhos diante da terrível notícia; e esta não é a pior parte.
A pior parte é saber que aquelas pessoas todas não tinham alguém ao lado que entendesse o que aquela tristeza significava. Não sou estúpido a ponto de achar que o sentimento da torcida juventina é uma coisa muito maior do que o das outras torcidas e que por isso somos melhores (como pensam muitos corinthianos). Mas, sinceramente? Quem torce por um time fora do mainstream só conta com a cumplicidade dos seus iguais, e eles estavam todos separados, fazendo da nossa tristeza algo muito mais dramático, e que nenhum de nós merecia.
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