domingo, abril 23, 2006

estar-no-mundo

Entendem os filósofos que nosso conflito essencial e drama talvez único seja mesmo o estar-no-mundo. (...)

lógico que não fui eu, né? foi o João Guimarães Rosa. com maiúsculas, coisa muito rara por aqui.bom, precisava de uma epígrafe.

situemos, então.o que vou falar aqui tem acontecido na minha vida num período que compreende mais ou menos as últimas quatro semanas. então talvez, se você tenha falado comigo, entenda um pouco dos motivos das conversas ou até de vez em quando das crises.
tenho estado muito paranóico e ... .
não sei o que é ... .
paranóico, porque tenho sentido que as pessoas que eu conheço têm se interessado demais na minha vida; mais do que deveriam, prá mim. mas, se me perguntarem, não sei falar o nome de quem esteja fazendo isso.
só estou me sentindo assim, observado, preso.
aí começa a parte das reticências. não sei explicar exatamente como venho me sentindo. tenho ficado extremamente estressado com as coisas. parece que todo mundo com quem eu converso me trata mal, não sei; pode ser que eu esteja exigindo coisas que não deveria das pessoas. talvez também esteja exigindo (e esperando) coisas de pessoas que não deveria.
por isso também estou acumulando um peso na consciência, coisa que detesto, e acumulando pedidos de desculpa absolutamente merecidos.
tenho me agarrado a possibilidades vazias, hipóteses distantes, pensamentos abstratos, em suma, em irrealidade.

tenho vontade de fugir, de desaparecer, prá que as pessoas não fiquem mais "atrás de mim". mas não sei se é assim, mesmo. e "não sei" tem sido usado constantemente até aqui.
não sei um tanto de coisas, entre elas, como mudar e resolver isso. como só faz mal a mim mesmo, em princípio, eu não me importo, afinal, nunca me importei realmente com as coisas que me acontecem, o único prejudicado sou eu, mesmo, e foda-se.
talvez agora eu precise me sentir carente, ou ansioso, ou bravo, ou nervoso, ou preocupado, mas não como tem sido; todas essas coisas ao mesmo tempo.
meu humor anda variando mais do que o normal. e olha que ele muda (principalmente prá pior) com uma facilidade que nem eu mesmo consigo acreditar, às vezes.

pode ser que eu esteja triste, pode ser que eu esteja doente. pode ser que já seja tarde demais.

àqueles que acham que merecem, minhas desculpas, as mais sinceras. mas minha consciência continuará pesada, me desculparei pessoalmente. principalmente prá quem eu tenho pressionado injustamente.

*ao som de chemical brothers - where do i begin

sábado, abril 22, 2006

nada demais

Porque eu nasci em 1986, ou seja, tinha 6 anos no final de 1992, e até 1994 é lógico que iria ser torcedor do São Paulo. Bicampeão mundial, não poderia ser melhor. Lógico que por muitos anos sofremos, perdemos a final da Libertadores em 1994, a recopa da libertadores em 1997, num jogo absurdamente roubado contra o River Plate, em que Denílson e Rogério Ceni estavam servindo a seleção brasileira, a frustração da final da Copa do Brasil em 2000 contra o Cruzeiro, e mesmo o fracasso mais recente de 2004 nas semifinais contra o Once Caldas, depois campeão.
Até aí, nada. Mas então por que toda essa "devoção" a Telê Santana, a ponto de ser citado nesse blog cheio de temas supostamente sérios e importantes?
Porque prá muita gente não é assim, mas quem torce prá algum time, de verdade, sabe do que vou falar. É o amor incondicional que você tem pelo seu time. E é uma coisa absurda. O frenesi em que as pessoas entram, etc. Eu grito gol, e bem alto, até em amistoso, mas tem gente que faz até pior. Afinal, sua vida pode mudar da noite pro dia. Gente morre, desaparece, briga, vive, nasce. Mas uma das poucas coisas que nunca mudam na vida, é o time de futebol, esse amor incondicional, seja qual for o clube.
Pro lado bom ou ruim, em muito eu (e acho que muitos são paulinos, sobretudo nascidos entre 1980 e 1990) devemos ao Telê uma lembrança no dia de hoje.